A praça nos esperava, palco aberto para a celebração do Dia do Teatro e do Circo. Vestimos nossas cores, pintamos nossos rostos e levamos na bagagem aquilo que nos move: o riso, a poesia, o encontro. Sem roteiro fixo, apenas o desejo de estar presente, de transformar o espaço em cena viva, de fazer do instante um espetáculo compartilhado.
Mas a chuva caiu, e a praça se esvaziou. Ainda assim, não desistimos. Cantamos e tocamos com o pessoal da capoeira, que também resistia ao tempo, mantendo viva a energia da celebração. Os grupos Angoleiros do Vento e Kilombolas Lem trouxeram o ritmo e a ancestralidade da capoeira, fazendo do momento um encontro de arte e resistência.
Sem público ali, seguimos adiante. Pedimos licença e fomos acolhidos na Escola José Cardoso de Lima. Lá, a arte encontrou abrigo, o público se formou, e nossos números aconteceram como deveriam: no improviso da vida, na cumplicidade do olhar, na troca sincera entre quem faz e quem assiste.
Nosso agradecimento aos parceiros da capoeira e à direção da escola, que abriram as portas para que o teatro e o circo seguissem vivos, pulsando, resistindo. Porque a arte não se curva à tempestade – ela se reinventa no meio dela.
CEPAC